quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sobre pedalar pro trabalho.

Olá !!!

Um amigo me mandou uma mensagem e pediu que eu falasse mais sobre minha experiência pedalando pro trabalho, detalhes das bikes e dicas.

Ambos são assuntos muuuuito abrangentes, mas vamos lá.

Eu já fui ao trabalho de bike com três modelos diferentes: uma mountain bike, uma speed e uma dobrável.

Em todos os casos a viagem foi boa, tranquila, sem sobressaltos, mas cada experiência me causou uma impressão diferente.

No primeiro mês que fui de bike ao trabalho, usava um modelo mountain bike (MTB). Ela é um trator: você encara os buracos, areia (seja areia frouxa, seja sobre o asfalto), subida e descida de "meio fio", tudo sem preocupação, porque é uma estrutura robusta. Ela foi feita pra aguentar mais pancada que as outras, obviamente.

A posição de pilotagem, um pouco inclinado pra frente, facilita a aerodinâmica (cortar o vento).

O amortecedor no garfo dianteiro absorve as irregularidades do solo, sem transmitir os impactos  que fazem a gente tremer os braços e cabeça.

A minha MTB, inclusive, tem um amortecedor no canote (cano do selim) que também diminui os impactos na bunda e na coluna. Acho ela bem confortável.

O tamanho dela é que não ajuda. Como ela é toda grandona, passar entre os carros é mais difĩcil. Além disso, não é em todo lugar que você pode "guardar" a bike, especialmente se no seu emprego não tem bicicletário.

As MTB's não têm protetor de corrente (podem sujar a perna da calça).

Outro problema é que, excluindo as MTB's de supermercado, as outras estão com o preço beeeem salgado, de forma que, deixar a bichinha no meio da rua o dia todo, se torna um grande risco, seja por conta dos furtos, seja por conta do desgaste (sol e chuva). O custo médio de uma MTB "boazinha" atualmente varia de R$2.000,00 a R$4.500,00 (claro que não estou considerando as profissionais que ultrapassam muito dessa estimativa).

O esforço físico na hora da pedalada não muda muito em comparação aos outros modelos. Muda apenas quando você para e precisa manusear a bike pra estacionar, levantar, amarrar, etc. Claro, ela é mesmo mais pesada.

Fui poucas vezes ao trabalho na speed, mas quando fui, sempre economizei uns minutinhos. Ela é mais leve e mais rápida, sendo assim, quando você estiver pressa, essa vai ser sua preferência.

Quando pego a pista com disposição pra rodar, sempre prefiro a magrelinha, pela leveza e rapidez. A aerodinâmica dela é a melhor entre as três, uma vez que é a mais inclinada

Dos três modelos, porém, foi a que menos gostei de usar "para o trabalho", por uma série de motivos (destaquei a expressão "para o trabalho" porque ela faz sua função de velocidade no asfalto muito melhor que as outras).

A posição de pilotagem não favorece o movimento de cabeça frequente que é necessário para checar a proximidade dos veículos. Como você está muito inclinado pra frente, fica difícil olhar para trás ou por cima do ombro, não sendo possível instalar um retrovisor por causa do design do guidão.

Como os pneus são fininhos, não dá para usar em trechos onde há areia no asfalto nem na areia frouxa (neste último caso nem pensar).

Além disso, não é prático instalar um bagageiro nela e você precisa usar mochila, resultado: Fica com as costa suadas.

Transitar entre os carros é mais fácil do que numa MTB, mas eu não usaria uma speed para trabalhar todo dia. Eventualmente vou na minha, mas não com frequência. 

O esforço físico que empreendi na speed foi o menor de todos e a velocidade (média e máxima) foi a melhor dos três modelos. Por outro lado, como a distribuição do peso fica muito pra frente (e ela não tem amortecedor) você sofre mais com a irregularidade do asfalto e até mesmo as menores pedrinhas são um risco.

A questão do preço e do risco também é sensível nesse caso. Dependendo da marca da speed o risco de deixá-la na rua (ou mesmo no bicicletário) é algo a se pensar.

Ah, ela também suja a barra da calça porque não tem protetor de corrente, a não ser que você levante, dobre ou prenda a perna da calça.

A dobrável foi a que considerei o melhor custo/benefício para ir ao trabalho.

A posição de pilotagem não é muito aerodinâmica porque você fica mais vertical e leva muito vento no peito, precisando fazer um pouco mais de esforço na pedalada, dependendo da posição que ele soprar.

Porém, estando mais vertical, para o trânsito urbano, me senti mais confortável (coluna).

Tem gente que acha o visual dela esquisito kkkk mas isso não tem sido empecilho pra mim. A maioria das pessoas tem curiosidade e isso é bem legal, chegam pra fazer perguntas bem divertidas rsrs.

Ela é leve (até mesmo a de aço carbono) e fácil de manusear, seja em movimento, seja parada.

Como ela veio de fábrica toda completinha, não precisei fazer muita coisa além de trocar o banco (selim) e colocar luzes de led intermitentes.

O guidão (bem estreito) te permite passar entre carros muito próximos (quando o semáforo está fechado, claro), em espaços que nem a MTB, nem a speed passariam.

Se no seu local de trabalho não tiver bicicletário isso não é problema, você dobra e leva pra dentro (pessoalmente tenho deixado a minha sob a bancada do refeitório veja a foto; baixo o banco e dobro o guidão, só isso).


O preço (apesar de não ser "barato") está mais dentro do orçamento (na maioria das vezes varia de R$800,00 a R$1.500,00), dentre modelos com quadro de aço carbono ou aluminio, velocidade única ou sete trocas, com bolsa de transporte ou sem ela.

Apesar de pequenina, ela é muito rápida. Já percorri distâncias consideráveis na dobrável, sem me cansar, mantendo uma média de velocidade igual ou superior à MTB. A perna da calça dificilmente vai se sujar porque a coroa tem um protetor de plástico.

Ela foi feita para transporte urbano de pequenas e médias distâncias. Vem equipada com paralamas (que no período de chuva faz a diferença) e garupa (que me facilitou o uso de um alforge, para evitar mochila e costas suadas).

Como as rodas são menores e você fica bem alto, no começo dá uma certa insegurança nas manobras, mas rapidinho se acostuma.

As rodas pequenas (aro 20") ficam num meio termo: não dá pra passar na areia frouxa, mas as pedrinhas do caminho e a areia sobre o asfalto não são problema.

Outro dia fui flagrado pelos colegas de trabalho quando atravessava o trânsito na chegada ao trabalho, kkkkkk (foto ao lado).

Não acho que a dobrável é cansativa, nem no trajeto, nem pra guardar. As 6 velocidades estão suficientes pro meu trajeto, subidas e descidas. É pequena, leve e rapidinha. A minha pesa uns 12kg. Não veio com bolsa mas, como uso com frequência, não me faz falta.

Só não recomendo subir e descer meio fio com ela sem que seja bem devagar. Ela não tem amortecedor dianteiro nem nada.... além de forçar a estrutura, ao subir e descer meio fio, os aros de alumínio (simples) podem amassar, dependendo do seu peso.

Ela é minha preferida para ir ao trabalho.

Como moro bem perto do trabalho não necessito tomar banho ou trocar de roupa por causa do suor. Na verdade, nem chego a suar, mesmo sob o sol abençoado de Fortaleza. Mas quanto a isso, sugiro a leitura da seguinte matéria: Minha empresa não tem chuveiro, como eu faço?

Quero participar de um passeio noturno com ela só pra ver como é que é.

Escrevo mais depois !!!

Abraço,

Petrus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário