segunda-feira, 22 de julho de 2013

Proposta do blog, continuação...


(eu estava gordinho antes da cirurgia)




Dando seguimento à primeira publicação (proposta do blog), quero narrar uma experiência que motivou, de forma especial e definitiva, o meu retorno às atividades físicas.

Sempre gostei de atividade física. Ainda criança fui obrigado a praticar natação porque sofria com frequentes crises de falta de ar e a recomendação médica era de aumentar a capacidade pulmonar. Eu tinha crises alérgicas que desencadeavam espirros sem controle e, invariavelmente ia parar no hospital. Vivia à base de Salbutamol (Aerolin) e inalação no hospital.

A prática da natação, aliada a um tratamento para a alergia, melhorou muito minha qualidade de vida, ainda na infância.

Minha adolescência foi como a de qualquer outro, bicicleta, futebol na rua, praia, educação física no colégio, karatê, etc .... essas coisinhas que todo mundo costuma fazer "de leve".

Até então não gostava de correr (como prática esportiva).

No início da fase adulta passei pela musculação em academia e depois entrei num longo período onde apenas jogava futebol de forma eventual. De tempos em tempos, voltava à academia para praticar musculação.

Um detalhe importante que deixei de citar foi que comecei a fumar cedo (influência das "amizades" ... comecei com 15 anos e parei aos 30, à pedido do meu filho mais velho. Eu não era de fumar muito, passava 2 ou 3 dias com uma carteira de cigarros, mas fumava regularmente. Graças a Deus parei sem ajuda de nenhum tratamento.

Nesse período todo, porém, de forma geral, nunca passei mais que 6 meses totalmente "parado". Sempre inventava alguma coisa pra fazer.

Quando cheguei aos 38/39, comecei a sentir uma dor persistente na parte posterior do pescoço. Essa dor era aguda e permanente, por mais que eu tentasse relaxar, fizesse massagens, a dor permanecia e comecei a acreditar que ela estava ligada à minha postura no trabalho, já que minha atividade profissional (jurídica) me leva a passar longos períodos sentado, lendo, de cabeça baixa.

A dor perdurava e nada de procurar um médico. Com o tempo comecei a sentir uma dormência que irradiava do pescoço através do braço esquerdo, alcançando os dedos: polegar, indicador e médio.

Nesse período, comecei a praticar boxe e, em seguida Muay Thai (abro aqui um parêntesis para registrar que são duas atividades extremamente prazerosas e de resultados incríveis. No futuro quero falar mais sobre essa experiência).

Aprendi a conviver com essa dor e essa dormência até que a dor no pescoço sumiu e fiquei com essa dormência nos dedos até que um belo dia, depois de meses ela também sumiu (do braço esquerdo), mas passou para a perna direita, quase toda.

Até então ainda não havia ido ao médico (que burrice).

Comecei a participar desses grupos que promovem passeios ciclísticos noturnos aos 42 e abandonei o boxe e o Muay Thai quando dois incidentes importantes aconteceram:

- Tentei alcançar um livro numa prateleira alta da estante e senti uma onda choque muito forte no meu corpo, que contraiu toda minha musculatura lateral direita, braço e perna, durante aproximadamente 30 segundos. - Durante uma pedalada noturna, bati o pé com força no chão e senti novamente essa reação, esse choque no corpo todo, com o mesmo reflexo muscular contraindo todo meu lado direito.

AÍ EU FIQUEI COM MEDO .... rsrsrs.

Marquei uma consulta com um especialista em coluna que, após a análise da ressonância magnética, me anunciou duas hérnias de disco cervicais (C3/C4 e C5/C6), pressionando fortemente a medula. Me apavorei mais ainda porque ele disse que qualquer movimento mais brusco poderia partir minha medula e me causar paralisia irreversível. Imediatamente marcamos uma cirurgia.

Nesse período refleti muito sobre toda minha vida. Aprendi a dar valor aos menores gestos: caminhar, subir escadas, dirigir um carro, pilotar uma moto, abraçar, correr, nadar, andar de bicicleta, enfim tudo.

Fiquei com muito medo de não poder voltar a ter uma vida "normal", como antes.

A cirurgia foi um sucesso, artrodese cervical, com colocação de próteses intervertebrais e plaqueta de titânio pegando 3 vértebras.

Após 03 meses de recuperação, recebi alta, voltei ao trabalho e retomei as atividades físicas. Só então pude perceber que meu desempenho vinha caindo por conta das debilidades causadas pelas hérnias. Meu vigor físico voltou plenamente.

Hoje, com 45 anos, além de correr, pedalar, nadar, aprendi a surfar e estou numa fase de satisfação que jamais estive, mesmo antes dos sintomas que levaram à cirurgia.

A colocação da plaqueta de titânio não causou limitação nos movimentos da cabeça e todos os sintomas (dormência, choque) desapareceram.

Não voltei ao boxe, nem ao Muay Thai, apesar de querer muito. Tenho receio que algum golpe na cabeça possa prejudicar minha coluna cervical. Sei que poderia seguir treinando sem combate direto, mas eu me conheço, rsrrsr, não ia resistir ao ringue.

Corri grandes riscos ao negligenciar os sintomas que vinha apresentando ao longo de 3/4 anos.

Lembro perfeitamente da sensação maravilhosa que senti quando recebi alta e fiz minha primeira caminhada bem devagar no Lago Jacarey, olhando para as árvores, percebendo meus pés no chão, me dando mobilidade, as pessoas ao redor andando, se divertindo. Nossa como aquilo tudo foi bom, como nossa vida é maravilhosa e nossa saúde é preciosa.

Daí fica o conselho: - Não adie uma consulta médica se você estiver sentindo alguma coisa diferente por um período maior que uma semana.

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